
Manaus - O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), disse, nesta terça-feira (19), que a questão da mobilidade urbana, em Manaus, se resume a integração entre os modais de transporte existentes, a exemplo do monotrilho - projeto do próprio governo estadual -, e do Bus Rapid Transit (BRT), proposta do município. "O segredo da mobilidade urbana é a integração. Tem que ter integração, senão não funciona nenhum tipo de modal", disse.
A afirmação do governador acontece justamente após as declarações do coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa de 2014 (UGP), Miguel Capobiango, que, em entrevista concedida ao Portal iG, nesta semana, disse que nem o BRT nem o monotrilho estarão prontos até a Copa do Mundo, daqui a menos de três anos.
Assim como Capobiango, o governador afirmou que os atrasos não preocupam, pois, de acordo com ele, para estar na Copa, Manaus precisa "apenas de estádio, porto, aeroporto e hotéis".
Além Copa
"Vamos fazer um esforço muito grande para que tudo possa acontecer naturalmente. Se você fizer planejamento, fazer três, quatro, seis frentes de obras, você consegue reduzir o prazo. Estamos trabalhando nisso, no planejamento, para que as obras tenham início, meio e fim", disse.
Omar argumentou que os projetos de mobilidade urbana não contemplam "apenas a Copa", mas este item serve de legado pós-evento. "Essa obra da mobilidade urbana não pode ser pensada apenas pra Copa, pois independente disso a Copa vai acontecer em Manaus. O que precisamos para a Copa é estádio, um porto, um aeroporto e hotéis", disse Omar.
Integração é vista como problema
A questão da integração entre os modais de tranporte coletivo na capital, item citado como fundamental pelo governador, é justamente o fator que preocupa instituições públicas fiscalizadoras, como os ministérios públicos do Estado e Federal. O assunto foi tema de audiência pública realizada no último dia 11 de abril, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), a partir de proposta do deputado Marcelo Ramos (PSB).
Na ocasião, o único representante do Governo do Estado a comparecer, o engenheiro Manoel Paiva, da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), disse que sua participação na audiência seria "limitada", por não poder falar em nome de Miguel Capobiango, da UGP. Capobiango não compareceu à reunião, apesar de convidado por Marcelo Ramos, que ocupa a presidência da Comissão de Transporte, Trânsito e Mobilidade da Assembleia.
O procurador Thales Messias Pires, do MPF, criticou, na ocasião da audiência pública, a falta de "interlocução" entre os dois modais de transporte coletivo previstos, tanto pelo poder público estadual quanto do municipal.
Prefeitura
O único representante da Prefeitura na audiência, o superintendente de Transportes Urbanos, Marcos Cavalcante, disse que a Prefeitura desconhece o projeto do monotrilho e que, portanto, não poderia levar o BRT adiante pensando em pontos de integração.
O governador Omar Aziz, por sua vez, disse que "conversou" ontem (dia 18 de abril) com o secretário de obras do município, Américo Gorayeb, sobre a questão. "Ontem mesmo conversei com o secretário Américo Gorayeb sobre isso, mostrando o projeto do BRT. Estamos discutindo e só vamos tomar uma decisão quando não houver mais dúvidas", disse
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