quinta-feira, 11 de julho de 2013

NÃO VEJO VIÁVEL, ESTE MOVIMENTO AQUI EM MANAUS PORQUE É SEM SENTIDO. AS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS ESTÃO CUMPRINDO COM SUAS RESPONSABILIDADES.

Movimento Passe Livre Manaus’ não é um ato vazio

As ações do grupo fez com que a prefeitura reduzisse o valor da tarifa do transporte coletivo na cidade – foto: Diego Caja
Quando Sandro Marandoeira, 35, criou um grupo numa rede social da internet para discutir os problemas do transporte coletivo em Manaus não imaginou que o ‘Movimento Passe Livre Manaus’ tomaria uma grande proporção.
A proposta inicial seria tentar abrir uma porta de diálogo entre a sociedade e o poder público, mas os debates saíram do espaço virtual e ganharam voz na rua, chegando a reunir quase cem mil pessoas em uma passeata que reivindicava além de transporte público, melhorias na educação e saúde.

As ações do grupo, aliadas ao poder de massa da população, fez com que a Prefeitura de Manaus reduzisse em R$ 0,25 centavos o valor da tarifa do transporte coletivo na cidade. E essa foi apenas a primeira meta do movimento, que já prepara novas ações para essa semana. “Nosso objetivo é criar um ambiente melhor para vivermos. Ninguém aqui é manifestante profissional, somos apenas um grupo de pessoas que compartilham do mesmo pensamento e está indo às ruas lutar por isso”, disse.
Na semana passada, Sandro recebeu a equipe do EM TEMPO para uma entrevista em uma tenda da praça Dom Pedro II, no Centro, onde o grupo acompanhava uma votação do passe livre no Senado. Sandro, que é um dos coordenadores do movimento em Manaus falou sobre as manifestações, no progresso que o movimento conseguiu, na atitude de vândalos, participação de grupos políticos nas manifestações e também nas novas ações que o grupo prepara para os próximos dias.

EM TEMPO – Como surgiu o Movimento Passe Livre em Manaus?
Sandro Marandoeira – Somos um grupo de amigos, que estava insatisfeito com vários serviços da cidade e que decidiu fazer mais do que criticar nas redes sociais. O Movimento Passe Livre Manaus surgiu oficialmente em 2011 na rede social. Discutía­mos vários problemas que afetavam a cidade, como saúde, educação, transporte, corrupção. Depois, o grupo saiu do virtual e passou a realizar encontros. Porém, não somos uma entidade especializada em realizar manifestos. Todos aqui estão apenas aprendendo a lutar pelo que é seu de direito.

EM TEMPO – Quais foram às atividades que o movimento desenvolveu em Manaus?
SM - Fazemos debates nas praças desde o início do ano. E no dia 13 de junho programamos um ato público no relógio municipal de Manaus, Centro, mas foi uma assembleia pequena. Depois, realizamos uma no dia 20, que foi aquela maior, onde reuniu mais de cem mil pessoas. Na semana seguinte realizamos outra passeata, que caminhou até a frente do Paço Municipal onde fomos recebidos pelo secretário municipal de Governo, Humberto Michiles. Também nos reunimos com o prefeito de Manaus para discutir uma redução da tarifa de transporte público.

EM TEMPO – Um dia antes do anúncio da redução da tarifa de ônibus, os senhores se reuniram com o prefeito Arthur Neto (PSDB). Como foi o encontro?
SM – A reunião foi agendada de forma rápida, tanto que foi à noite. Mas, desde o primeiro momento, o prefeito Arthur Neto sempre se mostrou aberto ao diálogo conosco. Na reunião não ficou acordado o valor da redução da tarifa. No encontro, o prefeito apresentou uma contraproposta para nossa comissão e disse que iria reunir com o governador. E no dia seguinte eles anunciaram a redução da tarifa.

EM TEMPO – E como o Movimento avalia essa redução?
SM – Claro que foi uma coisa positiva. Através de um diálogo conseguimos construir algo melhor do que estava. A nossa reivindicação seria R$ 2 e o passe livre estudantil, mas essa redução já demonstrou um quadro positivo de que as autoridades hoje estão mais preocupadas em conversar e ouvir a voz das ruas.

EM TEMPO – O prefeito anunciou em coletiva que repassou para vocês as planilhas da tarifa do transporte coletivo. Já foi iniciada a avaliação dessas contas?
SM – Sim, recebemos esse material e inclusive colocamos disponível na página do Facebook do movimento para quem desejar ver. O trabalho de análise ainda está sendo iniciado, ainda é prematuro para fazer uma análise.

EM TEMPO – Especula-se que esses movimentos sociais são patrocinados por partidos políticos. O que o senhor tem a falar sobre isso?
SM – Nossa meta é apenas fazer a ponte entre a sociedade e o poder público, mas não discriminamos ninguém que seja filiado a qualquer bandeira. Todos os que estão aqui nessa luta têm uma história, mas não temos ligações com políticos e todo trabalho que desenvolvemos é feito por voluntários. Eu mesmo descobri, há algumas semanas, que ainda sou filiado ao PDT, mas me filiei à época do ex-senador Jefferson Péres, a quem tenho grande respeito. Na época dele a sigla levantava outra bandeira.
Fonte: Em Tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário