quinta-feira, 1 de agosto de 2013

AVENIDA EDUARDO RIBEIRO CONSTRUIDA POR EDUARDO GONÇALVES RIBEIRO QUE ERA MARANHENSE, E GOVERNADOR DO AMAZONAS

Conheça a história da avenida Eduardo Ribeiro

Eduardo Ribeiro Governou de 1892 a 1986. Fez o Tetro Amazonas, o Palácio da Justiça e outras obras que transformaram Manaus na Paris dos Trópicos. Avenida Primeira menção sobre a construção da Eduardo Ribeiro, a avenida do Palácio, foi feita em 1893

    Avenida Eduardo Ribeiro
    Avenida Eduardo Ribeiro (Arquivo)
    A centenária avenida Eduardo Ribeiro é uma das mais importantes vias do Centro de Manaus e, por concentrar grande parte da circulação de pessoas nessa região, acaba agravando os problemas de congestionamento e ocupação das calçadas, feita por lojistas e camelôs. Mas se hoje é difícil o pedestre ter espaço na avenida, no passado ela foi, inclusive, palco de grandes eventos, como os desfiles da Semana da Pátria e os tradicionais carnavais de rua.
    té idos dos anos de 1970, a avenida Eduardo Ribeiro reunia uma grande multidão para assistir aos desfiles cívicos. No dia 5 de Setembro (elevação do Amazonas à categoria de província) as famílias se reuniam nas calçadas e arquibancadas montadas na via para ver as bandas das escolas mais tradicionais da cidade passar. Já no dia 7 de Setembro, era a vez dos homens do Exército, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), mostrarem seus armamentos, poderio militar e animais.
    “No ginásio eu saía na fanfarra do Patronato. Era muito bonita, todo mundo queria ver, era o evento da cidade. Era uma das poucas vezes que a gente usava a farda de gala. A outra, era no dia de Corpus Christi”, contou Iolândia Rodrigues, 54. A aposentada Maria Silva, 73, também lembra com saudade dos animados ensaios e dos desfiles oficiais, momentos em que os olhos brilhavam, cheios de orgulho pelo colégio defendido.
    Ela era uma das “meninas da espada” do Instituto de Educação do Amazonas (IEA) nos anos 50. “Tinha as meninas da baliza, da bicicleta, da espada, porta bandeira, a marcha. Era muito bacana.” Outras escolas também chamavam a atenção: os rapazes do Colégio Bom Bosco (só de meninos), que deixavam as meninas “enlouquecidas”, e as moças do Benjamin Constant (só de meninas); elas eram “a coqueluche” da época.
    “As bandas do Estadual e do Brasileiro também eram bonitas demais”, contou Francisca Algaia, 63. Com o vertiginoso crescimento da cidade, iniciado no final dos anos 60, em função da implantação da Zona Franca, Manaus adquiriu novos contornos e os eventos migraram para outras áreas. Os desfiles passaram para a avenida Djalma Batista e hoje acontecem no Sambódromo.
    Para aqueles que andaram pela Eduardo Ribeiro livre, entre os anos 40 e 70, houve um “desleixo” do Estado. A arborização sumiu, as placas do comércio tomaram conta da paisagem e as bancas das lojas e camelôs dificultaram a vida dos pedestres. Um dos poucos momentos de fôlego para o pedestre, na Eduardo Ribeiro, é no domingo, durante a Feirinha de Artesanato, que leva o nome da via. Uma média de 5 mil pessoas visita a feira por edição.

    Degradação

    Inaugurada no final do século 19, a avenida Eduardo Ribeiro concentra atualmente prédios comerciais, como lojas das principais redes varejistas de vestuário do País (Marisa, C&A, Riachuelo), o Manaus Shopping Center, a rádio Difusora, e edifícios residenciais e mistos, como o Maximino Corrêa e Cidade de Manaus. No local também estão o Hotel Manaós, Palácio da Justiça e Teatro Amazonas. De acordo com o historiador Otoni Mesquita, 58, os grandes eventos na cidade até os anos 70 aconteciam na avenida Eduardo Ribeiro.
    “A cidade era menor com outros interesses. Os desfiles cívicos, o carnaval assim como o festival folclórico eram grandes eventos”, contou Mesquita, lembrando que para ele, um jovem “rebelde”, o 7 de Setembro, tinha ar de “contestação” por conta da Ditadura Militar (1964 a 1985). Mesquita ressalta que a cidade era outra, as festividades eram mais simples, mas com mais ordem, não “vulgar” como hoje, apesar de ser mais discriminadora naquela época. Nos Clubes Ideal e Rio Negro, por exemplo, só ia a alta sociedade.
    “A avenida está degradada, é a lei da permissividade. Isso é chocante para quem teve contato com ela no passado. Coloco isso até de maneira arrogante, mas é como vejo a cidade, como usuário dela.”

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