quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Clonagem do guaraná aumentará produção em 20%, prevê Embrapa

Esta maravilha somente no AMAZONAS, é encontrado em grandes quantidades. Da amazônia para todo mundo vê.

MANAUS – Em laboratórios de tecnologia de ponta, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Amazonas analisam a possibilidade de otimizar a produção de guaraná no Estado há mais de 30 anos. Os estudos resultaram em 18 novas variedades da espécie paulinea cuppana var sorbilis – guaraná comercial-, das quais duas prometem aumentar a produção estadual em 20% nos próximos quatro anos.

As “cultivares” BRS-Sateré e BRS-Marabitana foram desenvolvidas a partir da constatação da fragilidade das plantas contra as pragas. A antracnose, principal doença que ataca os guaranazeiros, pode causar 80% de perda de um plantação ao causar o enfraquecimento da planta.

Segundo o pesquisador da área de genética e melhoramento do guaraná da Embrapa, André Atroch, a situação levou a pesquisa sobre clonagem de espécies de guaraná na região. O estudo tem caráter darwinista, a partir da seleção de plantas mais resistentes às pragas. Após o levantamento, os especialistas iniciam a clonagem das espécies.

O processo consiste em retirar parte dos ramos e colocá-los em uma nova muda para enraizar. A germinação em um viveiro dura cerca de sete meses. O pesquisador da Embrapa informou que os clones se desenvolvem mais rapidamente para a produção que frutos derivados de sementes, que levam cerca de um ano para chegar à idade madura.

Segundo Atroch, quatro anos é o tempo necessário para a distribuição dos espécimes entre os guaranazeiros amazonenses. O especialista estimou ainda que a produção deve duplicar em uma década. O aumento poderá desbancar a Bahia como o maior produtor nacional do fruto. O Estado nordestino contabilizou 2,7 mil toneladas em 2010. O Amazonas aparece em segundo lugar com 747 mil toneladas no mesmo período.

A produção

O cultivo de guaraná tem sua origem em aldeias indígenas, como as da etnia Sataré-Mawé. A produção permaneceu exclusiva ao Amazonas até a década de 1970, quando parte da cultura migrou para a Bahia, por meio de acordos realizados pelo Governo Federal. O Estado nordestino lidera o ranking nacional de produção do fruto desde 1991, segundo o Banco de Dados Agregados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisadores agropecuários apontam “os lugares de origem de uma planta como origem das pragas da mesma”. Este fator colocaria o Amazonas em desvantagem na produção nacional do guaraná. O chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa, Jeferson Luis Macedo, falou ao portalamazonia.com que 75% do solo amazonense é composto por terra firme e quimicamente pobre em matéria orgânica. Já o solo baiano apresenta maior fertilidade, o que permite que os cultivadores produzam o dobro da tiragem amazonense em menos espaço.

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