ManausOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Coordenadas: 3º 6' S 60º 1' W
Município de Manaus
"Paris dos Trópicos"[1]
"Capital ambiental do Brasil[2]
"Metrópole da Amazônia.[3]"
Do alto, da esquerda para a direita: Teatro Amazonas, Vista Parcial de Manaus, Ponte Rio Negro, Encontro das Águas, Pôr do sol no Rio Negro, Catedral Metropolitana de Manaus e vista do bairro Nossa Senhora das Graças.
Bandeira Brasão
Hino
Fundação 24 de outubro de 1669 (342 anos)
Gentílico manauense; manauara
Lema Nap dlise or armozen
"A metrópole da Amazônia"
Prefeito(a) Amazonino Mendes (PDT)
(2009–2012)
Localização
Localização de Manaus no Amazonas
Localização de Manaus no Brasil
3° 6' 0" S 60° 01' 0" O3° 6' 0" S 60° 01' 0" O
Unidade federativa Amazonas
Mesorregião Centro Amazonense IBGE/2008[3]
Microrregião Manaus IBGE/2008[3]
Região metropolitana Manaus
Municípios limítrofes Norte: Presidente Figueiredo;
Sul: Careiro e Iranduba;
Leste: Rio Preto da Eva e Itacoatiara;
Oeste: Novo Airão.
Distância até a capital 3 490 km[4]
Características geográficas
Área 11 401,058 km² [5]
População 1 832 423 hab. (AM: 1º) – IBGE/2011[6]
Densidade 160,72 hab./km²
Altitude 92 m [7]
Clima equatorial Am
Fuso horário UTC−4
Indicadores
IDH 0,774 (AM: 1º) – médio PNUD/2000[8]
PIB R$ 40 486 107 mil (BR: 6º) – IBGE/2009[9]
PIB per capita R$ 23 286,97 IBGE/2009[9]
Manaus (AFI: [mɐ̃ˈnaʊ̯s]) é um município brasileiro, capital do estado do Amazonas e o principal centro financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil.[10][11] É uma cidade histórica e portuária, localizada no centro da maior floresta tropical do mundo.[12] Situa-se na confluência dos rios Negro e Solimões.[13] É uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e pelo ecoturismo, o que faz do município o décimo maior destino de turistas no Brasil.[14] Manaus pertence à mesorregião do Centro Amazonense e à microrregião homônima. Destaca-se pelo seu patrimônio arquitetônico e cultural, com numerosos templos, palácios, museus, teatros, bibliotecas e universidades.[12] É localizada no extremo norte do país, a 3.490 quilômetros da capital nacional, Brasília.[4]
É a cidade mais populosa do Amazonas e da Amazônia, com uma população de 1 832 423 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2011,[6] sendo também a sétima mais populosa do Brasil[15] e a 131ª mais populosa do mundo.[16] A cidade aumentou gradativamente a sua participação no Produto interno bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos, passando a responder por 1,4% da economia do país. No ranking da revista América Economía, Manaus aparece como uma das 20 melhores cidades no ramo de negócios da América Latina,[17] ficando à frente de capitais de países latinos como San Salvador, Caracas e La Paz.[17]
Originalmente fundada em 1669 com o forte de São José do Rio Negro,[18] foi elevada a vila em 1832 com o nome de Manaos, em homenagem à nação indígena dos manaos,[11] sendo legalmente transformada em cidade no dia 24 de outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro.[18] Somente em 4 de setembro de 1856 voltou a ter seu nome atual.[18]. Ficou conhecida no começo do século XX, na época áurea da borracha.[14] Nessa época foi batizada como "Coração da Amazônia" e "Cidade da Floresta".[18] Atualmente seu principal motor econômico é o Polo Industrial de Manaus.
Sexta cidade mais rica do Brasil,[19][20] a cidade possui a maior região metropolitana do norte do país e a décima do Brasil, com 2 210 825 habitantes (IBGE/2010).[6][21][22] Em 2008, o World Cities Study Group and Network (GaWC), do Reino Unido, incluiu o nome da cidade em uma lista de cidades classificadas por sua economia, cultura, acontecimentos políticos e patrimônios históricos.[23] Manaus foi classificada na mesma categoria de outras áreas metropolitanas do mundo de grande destaque, como Ancara, Salt Lake City, Las Vegas, Liverpool e Marselha, sendo que a cidade ficou acima de outras como Tijuana, Sevilha, Austin e Quebec.[23] Manaus é também considerada como a capital brasileira que mais evoluiu em qualidade de vida nos últimos dez anos,[24][25], além de ter sido escolhida como uma das doze sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Índice [esconder]
1 Etimologia
2 História
2.1 Colonização europeia
2.2 Elevação à vila
2.3 Cabanagem
2.4 Período áureo da borracha
2.5 Período comtemporâneo
3 Geografia
3.1 Relevo
3.2 Clima
3.3 Vegetação
3.4 Hidrografia
3.5 Fauna e flora
3.6 Parques e espaços públicos
3.7 Poluição ambiental
4 Demografia
4.1 Expansão demográfica
4.2 Composição étnica
4.3 Migração
4.4 Religião
4.4.1 Protestantes
5 Política
5.1 Municipal
5.2 Relações internacionais
5.2.1 Consulados
5.2.2 Cidades-irmãs
6 Subdivisões
6.1 Região metropolitana
6.2 Regiões
6.3 Bairros
6.4 Administrações regionais
6.5 Principais ruas e avenidas
7 Economia
7.1 Zona franca
7.2 Refinaria Isaac Sabbá
7.3 Centros comerciais
7.4 Turismo
8 Estrutura urbana
8.1 Educação
8.2 Saúde
8.3 Comunicações
8.4 Segurança pública
8.4.1 Criminalidade
8.4.2 Forças Armadas
8.5 Transporte
8.5.1 Aéreo
8.5.2 Rodoviário
9 Cultura e sociedade
9.1 Artes cênicas
9.2 Artesanato
9.3 Moda
9.4 Museus
9.5 Eventos
9.6 Futebol
9.7 Feriados locais
10 Ver também
11 Referências
11.1 Bibliográficas
12 Ligações externas
[editar] EtimologiaFundada em 1669 a partir do forte de São José da Barra do Rio Negro,[18] a sede da Capitania e a sede da Província foi estabelecida na margem esquerda do rio Negro.
A origem do nome da cidade provém da tribo dos manaós,[18] habitante da região dos rios Negro e Solimões. A grafia antiga da cidade preservava o "O" e acentuava a vogal precedente: "Manáos".[26] Na língua indígena, Manaus é a variação de Manaos, que não significa Mãe dos Deuses, ao que muitos achavam. No século XIX a cidade chamava-se Barra do Rio Negro.
Ainda no passado, a palavra Manau era atribuída a uma das muitas tribos que habitaram o rio Negro. Os etnólogos afirmam que os índios Manaos são de origem aruaque. Outras formas de se escrever o nome da cidade também foram utilizadas. Em 1862, na edição da tipografia escrita por Francisco José da Silva Ramos, o nome da cidade aparece com a grafia Manáus (acentuando a letra A e substituindo a letra O por U). Porém, na última página da tipografia, está grafado Manaos, nome comumente usado pelos habitantes da cidade e historiadores. Em uma manchete denominada Notizie Interessanti sulla Província delle Amazzoni – nel nord Del Brasile ("Notícias interessantes sobre a Província das Amazonas - no norte do Brasil"), editada em Roma, em 1882, o nome da cidade está grafado Manaos repetidas vezes. O nome atual da cidade, Manaus, só foi grafado pela primeira vez em 1908, na tipografia do escritor Bertino de Miranda.[26]
[editar] HistóriaVer artigo principal: História de Manaus
Antes de os europeus chegarem à Amazônia, no século XVI, eram numerosos os povos indígenas que habitavam a região. Estes dividiam-se em diferentes etnias, que se diferenciavam por suas línguas e costumes e dedicavam-se à pesca e à cultura da mandioca, promovendo um intenso comércio intertribal. Suas habitações eram amplas e arejadas, feitas de troncos de árvores e cobertas de palha. Dentre os povos que habitavam a região do atual Rio Negro, três se destacavam pelo elevado número populacional e influência ante os conquistadores: os Manáos, os Barés e os Tarumãs. Os Manáos constituíam o grupo étnico indígena mais importante da região, onde habitavam as duas margens do Rio Negro e possuindo população de cerca de 10 mil índios no século XVII, número avaliado após os primeiros violentos conflitos travados com os portugueses colonizadores.[27]
[editar] Colonização europeia
Mapa de 1562 da região do Rio Amazonas.A região onde atualmente se encontra o estado do Amazonas era parte integrante da Espanha, à época do descobrimento do Brasil pelos portugueses, entretanto foi ocupada e colonizada por Portugal. O período de povoação europeia na Amazônia inicia-se entre os anos de 1580 e 1640, época em que Portugal e Espanha permaneceram sob uma só coroa, não havendo desrespeito oficial aos interesses espanhóis por parte dos portugueses quando penetraram na região amazônica.[28] A ocupação do lugar onde se encontra hoje Manaus foi demorada devido aos interesses comerciais portugueses, que não viam na região a facilidade em obter grandes lucros a curto prazo, pois era de difícil acesso e era desconhecida a existência de riquezas (ouro e prata).[29][28] Entre 1637 e 1639, o explorador português Pedro Teixeira partiu com uma expedição de Cametá até a cidade de Iquitos, no Peru, com a finalidade de tomar posse da região em nome do Império Português.[28]
A primeira tentativa de ocupação da região de Manaus ocorreu em 1657, quando tropas de resgate comandadas pelo Cabo Bento Miguel Parente saiu de São Luís, acompanhado de dois padres: Francisco Veloso e Manuel Pires. Durante algum tempo, a tropa fixou-se na foz do rio Tarumã, onde foi fincada uma cruz e como de costume foi rezada uma missa. Em 1658, outra tropa de resgate oriunda também do Maranhão chegou à região, procurando além dos nativos, as chamadas drogas do sertão. Os nativos tinham suas aldeias saqueadas pelos exploradores e os rebeldes que recusavam-se a serem escravizados eram mortos. O interesse em construir um forte na localidade surgiu apenas em 1668, através do capitão Pedro da Costa Favela, caçador de índios, que convenceu o governador Antônio Alburquerque Coelho de Carvalho sobre a necessidade tática de guarnecer a região contra o assédio dos holandeses e espanhóis, ao retornar ao Pará. A missão de construir um simulacro de fortaleza foi dada a Francisco da Mota Falcão, que recebeu o auxílio de Manuel da Mota Siqueira.[28]
Assim sendo, a colonização européia na região de Manaus começou em 1669, com uma fortaleza em pedra e barro, com quatro canhões. O Forte de São José da Barra do Rio Negro foi construído para garantir o domínio da coroa de Portugal na região, principalmente contra a invasão de holandeses, na época aquartelados onde hoje é o Suriname. O Forte situava-se próximo a foz do Rio Negro e desempenhou sua missão durante 114 anos, sendo o capitão Angélico de Barros o seu primeiro comandante.[18]
Em 3 de junho de 1542 o rio Negro foi descoberto por Francisco Orellana, que lhe pôs o nome. A região onde se encontrava o Forte de São José da Barra do Rio Negro foi habitada primeiramente pelas tribos manaós, barés, banibas e passés, as quais ajudaram na construção do forte e passaram a morar em palhoças humildes nas proximidades do mesmo.[30] A tribo dos "manáos" (na grafia antiga, atualmente mais conhecido como manaós),[31], considerada orgulhosa pelos portugueses, negava-se a ser dominada e servir de mão de obra escrava e entrou em confronto com os colonizadores do forte.[30] As lutas só cessaram quando os militares portugueses começaram a ligar-se aos manaos através de casamentos com as filhas dos tuxauas, iniciando assim, à intensa miscigenação na região e dando origem aos caboclos. Um dos líderes da tribo dos manaós foi o indígena Ajuricaba, forte opositor da colonização dos portugueses e que apoiava, no entanto, os holandeses. A morte de Ajuricaba foi um grande mistério: Foi aprisionado e enviado ao Pará, tendo morrido no percuso da viagem.[32]
Busto de Francisco de Orellana, o descobridor europeu do rio Negro.Devido à colonização portuguesa, foi efetuado um trabalho de esquecimento ou tentativa de apagar os traços e obras históricas dos povos indígenas. Pode-se notar isso pela destruição do cemitério indígena, onde se encontra, atualmente, a Praça Dom Pedro e o Palácio Rio Branco. Quando o governador Eduardo Ribeiro remodelou a praça e mandou nivelar as ruas que a contornavam, grande números de igaçabas foi encontrado e atualmente não existe nenhum marco indicando a sua existência.[33]
A população cresceu tanto que, para ajudar no catecismo, em 1695 os missionários (carmelitas, jesuítas e franciscanos) resolveram erguer uma capela próxima ao forte de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da cidade.[34]
A Carta Régia de 3 de março de 1755 criou a Capitania de São José do Rio Negro, com sede em Mariuá (atual Barcelos), mas o governador Manuel da Gama Lobo D'Almada, temendo invasões espanholas, passou a sede novamente para o Lugar da Barra em 1791, por se localizar na confluência dos rios Negro e Amazonas, que era um ponto estratégico.[35]
O Lugar da Barra perdeu seu status político-administrativo sob influência de D. Francisco de Souza Coutinho, capitão-geral do Grão Pará, que iniciou campanha contra a mudança de sede, o que levou a ser desfeito o ato através da Carta Régia de 22 de agosto de 1798 e, em maio de 1799, a sede voltou a Barcelos. Em consequência da perda de seu status, tornou-se inevitável a decadência do Lugar da Barra.[35] Em outubro de 1807, o governador da Capitania, José Joaquim Victório da Costa, deixou Barcelos, transferindo a administração da Capitania definitivamente ao Lugar da Barra.[35]
[editar] Elevação à vilaA partir de 29 de março de 1808, o Lugar da Barra voltaria a ser sede da Capitania de São José do Rio Negro, após proposta de dom Marcos de Noronha Brito ao penúltimo governador capitão de mar-e-guerra José Joaquim Victório da Costa.[35] Através do decreto de 13 de novembro de 1832, o Lugar da Barra passou à categoria de vila, já com a denominação de Vila de Manaus, nome que manteria até o dia 24 de outubro de 1848. Com a Lei 145 da Assembleia Provincial Paraense, adquiriu o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, em vista de a vila ter assumido foros de cidade, cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. A 5 de setembro de 1850, foi criada a Província do Amazonas pela Lei Imperial 1 592, tornando-se a Vila da Barra do Rio Negro. Foi seu primeiro presidente João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, nomeado em 27 de julho de 1851, que instalou oficialmente a nova unidade provincial a 1 de janeiro de 1852, com o que sua situação de atraso melhorou bastante. Foi criada a Biblioteca Pública e o primeiro jornal foi fundado em 5 de setembro. Entretanto, sua primeira edição só circulou a 3 de maio de 1851, já com o nome de "Estrela do Amazonas", de propriedade do cidadão Manuel da Silva Ramos. Tornaram-se, ambos, as bases do desenvolvimento da cultura local, junto ao teatro e escolas profissionais.[36]
Em 4 de setembro de 1856, pela Lei 68, já no decurso do segundo governo de Herculano Ferreira Pena, a Assembleia Provincial Amazonense deu-lhe o nome de Cidade de Manaus, em homenagem à nação indígena manaós.[37]
[editar] CabanagemVer artigo principal: Cabanagem
A Cabanagem foi um movimento político e um conflito social ocorrido entre 1835 e 1840 no Pará, envolvendo homens livres e pobres, sobretudo indígenas e mestiços que se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder. A entrada da Comarca do Alto Amazonas (hoje Manaus, a qual foi o berço do manifesto na Amazônia Ocidental) na Cabanagem foi fundamental para o nascimento do atual estado do Amazonas. Durante o período da revolução, os cabanos da Comarca do Alto Amazonas desbravaram todo o espaço do estado onde houvesse um povoado, para assim conseguir um número maior de adeptos ao movimento, ocorrendo com isso uma integração das populações circunvizinhas e formando assim o estado.[38]
[editar] Período áureo da borracha
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