Despejo de peixes no rio pode voltar a acontecer de forma intensa daqui a duas semanas
Denúncia sobre o descarte ilegal de peixes foi feita pelos próprios feirantes da Panair. Segundo eles, todo o pescado que vai parar na orla do porto é despejado por barcos atracados no Terminal Pesqueiro, o que atrai um grande número de urubus para a área e prejudica a venda de produtos
Apesar da possibilidade do descarte ilegal se repetir no local futuramente, a superintendência regional do Ministério da Pesca e Aquicultura afirmou que o processo de reforma do Terminal Pesqueiro segue em processo licitatório.
Duas semanas após A CRÍTICA denunciar um descarte ilegal de peixes estragados no rio Negro, no entorno do porto da Panair, bairro Educandos, Zona Sul, lideranças do local afirmam que a prática diminuiu, mas não por proibição, e sim pela ausência de peixes. Segundo eles, o despejo pode voltar a acontecer de forma intensa daqui a duas semanas e trazer ao local mais urubus e uma quantidade maior de pescado podre.
O presidente da Associação dos Feirantes, Júlio Araújo, conta que o descarte continuou após a publicação da reportagem, porém de forma amena. Isso porque, segundo ele, a oferta de pescado diminuiu. “Está havendo é a diminuição do peixe na água porque diminuiu a oferta e aumentou a procura. Nesse ponto de vista, não vai ter produto pra jogar”, disse ele.
Enquanto isso, uma grande quantidade de pescado estragado continua se decompondo abaixo das tábuas da balsa de madeira. Para o presidente, somente com grandes investimentos no Terminal Pesqueiro a situação pode ser resolvida.
“Se o Poder Público mandasse uma balsa de retirada itinerante desse tipo de lixo e desse um destino correto, as coisas iam começar a andar, mas se não tem investimento através de Governo, empresários nem nada, não adianta que as pessoas não tem onde botar esses peixes”, afirmou.
Espera
Apesar da possibilidade do descarte ilegal se repetir no local futuramente, a superintendência regional do Ministério da Pesca e Aquicultura afirmou que o processo de reforma do Terminal Pesqueiro segue em processo licitatório. Procurado novamente pela reportagem, o superintendente do órgão, Egon Villanova, voltou a dizer que as câmaras frigoríficas do local não funcionam, e a superintendência não recebeu nenhuma resposta concreta sobre possíveis intervenções.
Em março deste ano, o ministro de Pesca e Aquicultura, Hélder Barbalho, esteve em Manaus e disse que a situação do Terminal Pesqueiro seria definida ainda em 2015, depois de oito anos em obras. O Ministério da Pesca e Aquicultura foi procurado para falar sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não havia se pronunciado.
Descarte ilegal atrai urubus para feira
A denúncia sobre o descarte ilegal de peixes foi feita pelos próprios feirantes da Panair. Segundo eles, todo o pescado que vai parar na orla do porto é despejado por barcos atracados no Terminal Pesqueiro, o que atrai um grande número de urubus para a área e prejudica a venda de produtos.
Desperdício
Há dois anos, A CRÍTICA denunciou os problemas de demanda no espaço. A falta de estrutura no terminal pesqueiro para o armazenamento dos peixes resultou em um desperdício diário na ordem de 10% no ano de 2013.
Estimativa
A Federação dos Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca) também estimou, na época, que o prejuízo pudesse ter danos maiores, onde 25% dos peixes produzidos fossem descartados incorretamente.
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