Braga diz estar disposto a renunciar cargos de senador e ministro para assumir governo do Amazonas
Em visita a Manaus, na manhã desta sexta-feira (24), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), disse estar disposto a correr o risco de perder o mandato de senador, ao qual terá de renunciar, e abrir mão do cargo no governo Dilma Rousseff para assumir o governo do Amazonas, mesmo sub judice.
Braga aguarda decisão da presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a ser divulgada na próxima segunda-feira (28), a quem pediu a imediata destituição de José Melo (Pros) e a nomeação dele como governador, após decisão que cassou o mandato deste último.
O ministro disse que abriria mão dos cargos federais mesmo sabendo que Melo pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Tudo o que fui e sou devo ao Amazonas. Portanto, a minha gratidão eterna será ao povo. Eu sempre estarei disposto a trabalhar e me dedicar intensamente a ajudar o povo do Amazonas”, declarou Braga.
O ministro está na capital amazonense para a entrega de 159 geradores para comunidades e municípios do Estado. “Tenho visto o nosso Estado sofrendo com atrasos de pagamento, secretário de Saúde tendo que ir ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas falar de salários atrasados e tudo isso dói no meu coração. Estou debaixo da vontade de Deus e a decisão da Justiça brasileira”, discursou.
Quanto à possibilidade de antecipar o seu pedido de afastamento do cargo de ministro, Braga foi cauteloso. “Uma coisa de cada vez. A Justiça do Amazonas está concluindo o seu trabalho e logo a seguir terá o papel da Justiça federal em segunda instância, no TSE. Portanto, não comentarei o mérito até que isso seja julgado. Depois, sim, vamos falar sobre o mérito, as questões e as soluções para os problemas que o Amazonas precisa e o povo está sofrendo precisando de ajuda”, declarou.
Sobre a divisão no PMDB, em que o grupo ligado ao presidente Michel Temer (SP) romper com o governo da presidente Dilma Rousseff, o ministro foi diplomático e preferiu dizer que vai aguardar até o dia 29 deste mês quando o diretório nacional deve decidir se continua ou não ao lado de Dilma.
Eduardo Braga afirmou que antes de participar da entrega dos grupos geradores teve uma conversa por telefone com o vice-presidente Michel Temer, com o ex-presidente José Sarney e com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que fossem traçadas estratégias para buscar soluções para o Brasil.
“Discutimos como podemos construir alternativas que representem uma conciliação com a nação que permita que o PMDB não seja aquele que fratura a “perna da democracia”, mas sim aquele que fortalece a democracia e constrói soluções para vencer o impasse”, afirmou o ministro das Minas e Energia.
Por Augusto Costa
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